quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

A polêmica da nudez - continuação

O Maico encontrou o tal do manifesto criado por Pedro Cardoso e faço questão de divulgá-lo a quem interessar possa.
Clique aqui para acessar o blog do filme "Todo Mundo Têm Problemas Sexuais", de Domingos de Oliveira. Lá, bem ao final da página, encontra-se o polêmico texto de Pedro.
Abaixo, o início do manifesto, para vocês terem alguma idéia do que ele lá expressa:


"Senhoras e senhores, nesta primeira exibição pública de 'Todo Mundo Têm Problemas Sexuais', eu gostaria de, na qualidade de ator e produtor do filme, compartilhar com vocês algumas preocupações a respeito da pornografia que percebo presente na quase totalidade da produção audiovisual mundial, e na brasileira especialmente; e como esta invasão está aviltando a profissão de ator e de atriz; e gostaria, de situar o filme no contexto desta questão.
A meu ver, as empresas que exploram a comunicação em massa (e as que dela fazem uso para divulgar seus produtos) apossaram-se de uma certa liberdade de costumes, obtida por parte da população nos anos 60 e 70, e fazem hoje um uso pervertido dessa liberdade.
Uma maior naturalidade quanto a nudez, que àquela época, fora uma conquista contra os excessos da repressão a vida sexual de então, tornou-se agora, na mão dessas empresas, apenas um modo de atrair público. Com a conivência de escritores e diretores (alguns deles, em algum momento, verdadeiros artistas; outros, nunca!) temos visto cenas de nudez, ou semi-nudez, ou roupas sensuais, ou diálogos maliciosos, ou beijos intermináveis, em quase todos os minutos da programaçãos das televisões e nos filmes para cinema, sem falar na publicidade. A constância com que essas cenas aparecem tem colocado em permanente exposição a nudez dos atores, especialmente das mulheres; é sobre as atrizes que a opressão da pornografia é exercida com maior violência, uma vez que ela atende, na imensa maioria das vezes, a um anseio sexual do homem. É raro o convite de trabalho, seja filme ou novela ou programa de humor, que não inclua cenas desse tipo para o elenco feminino."

8 comentários:

Anônimo disse...

Bah, meu povo...

Falar sobre nudez é complicado. Parafraseando um amigo meu, isso é cultural ou natural?

Acredito que, em primeiro lugar, o corpo humano não deveria ser encarado com pudores, afinal não nascemos vestidos!

Mas lendo o manifesto do Pedro Cardoso, pude compreender um pouco da preocupação dele.
Vivemos numa busca desenfreada por audiência em todos os meios, e a superexploração da nudez têm sido um recurso para captar a atenção dos espectadores de todas as mídias.

A massificação do apelo erótico têm se mostrado inserido numa "fórmula" para se fazer filmes ou novelas. Isso, por um lado, acho degradante para quem vive de atuar (muito embora eu não faça idéia do que seja isso, pois não atuo). Mas creio que antes de ser ator e viver de atuação, existe um ser humano que pode se sentir, sim, aviltado e explorado.

Pra que talento e anos de estudo e dedicação se é uma bunda durinha e sarada aparece no horário nobre da TV, ou um par de seios siliconados em Hollywood?

Não julgo quem discorda deste manifesto, mas acho que antes de tudo a nudez é uma coisa bela, sim!
E acho muito válido se for usada como uma forma de passar uma mensagem ou tocar alguém, pois atuar é uma arte. Mas nudez como forma de erotizar e atrair as massas sem se ter a mínima preocupação de transmitir alguma mensagem ou conceito, para mim é irresponsabilidade.

Enfim... Essas é a humilde opinião de alguém que não entende de teatro, mas que aprecia a arte.

Abraços a todos!
Bruno

Colin disse...

Penso naqueles comerciais de cerveja e suas mulheres muito gostosas em roupas insignificantes e me preocupo. Compreendo exatamente o que o Pedro Cardoso tá querendo defender.
E concordo com o Bruno: sejamos pornográficos, mas não irresponsáveis!

Anônimo disse...

O discurso da Veja é traçado pela postura da Editora Abril (que com exceção da 'Bravo' produz lixo em quase toda sua tiragem), tão puritano quanto eles acusam o Pedro Cardoso de ser. Acontece que que é um puritanismo machista, recheado de conceitos "aceitáveis" (como um par de tetas balançando na tv em horário dito nobre) e outros não. Para entender o que o cara quis dizer, é só ter a coragem de ligar a TV no sábado à noite e assistir aquele aborto chamado Zorra Total!

Colin disse...

Adorei o adjetivo "aborto" para tal programa de sábado à noite... Encaixou perfeitamente!

Anônimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

Sem falar que é muito conveniente a editora Abril que também publica a PlayBoy ( que prostitui praticamente todas as atrizes famosas que eles conseguem e o dinheiro os permite, e digo, sim, protituição, porque revista apenas destinada a adolecente bater punheta só pode ser isso, e não, não me lembro ter lido nenhuma matéria ...)ter tomado o ponto de vista contrario a do Pedro Cardoso dizendo que em todas as épocas aparece um puritano, ou apelando, dizendo "censura". Eles querem mesmo é que a ente fique pagando peitinho e pintinho enquanto eles ganham muito dinheiro com o corpo alheio.

Ps: a arte é amoral

Colin disse...

Acho exagero dizer que a Playboy prostitui as atrizes brasileiras, Ricardo...

Cibele Cyber disse...

Concordo com o texto do Pedro Cardozo. Sempre que entra o assunto nudez as pessoas já me dizem: ah tu é atriz, tu tem q fazer isso... como se eu fosse obrigada e se eu não fizer eu não sou atriz de verdade. Ora, se todos os meses tem mulheres peladas nas bancas, tirar a roupa é a coisa mais fácil que tem, mas e essa gente tem algo a dizer? Não sou conservadora, afinal sou até fã da Madonna. O problema ñ é a nudez, mas a maldade por trás disso. Até porque se as pessoas viessem a beleza na nudez mesmo a veriam em todos os corpos, e ñ só nos siliconados. Pq sempre que aparece um homem ou uma mulher mais velha nus as pessoas logo fazem cara de nojo e falam mal... hipocrisia...

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