Ficamos muito felizes com o carinho do nosso público assíduo e agradecemos sinceramente às palavras afetuosas que nos chegaram oralmente ou por escrito, como, por exemplo, este belíssimo depoimento que o diretor teatral Hermes Bernardi Jr. escreveu em seu blog em 2005:
"GORDOS é D+!
Fui tomado de surpresa hoje à noite (quinta-feira, 06/10). Estava eu no Centro Municipal de Cultura para um compromisso e Carina Sehn havia me convidado a assistir GORDOS ou Somewhere beyond the sea. O espetáculo está cumprindo curta temporada e eu entrei quase de penetra no teatro. E foi uma experiência extremamente significativa, pois fui surpreendido por um trabalho de arrancar as veias. Após a ressaca do Poa Em Cena, que não deixou em mim grandes marcas, eu vi enfim o teatro acontecer. Fui engolido durante 1h e 30min por este espetáculo que é resultado do trabalho de conclusão de Daniel Colin e outras duas formandas - Andressa de Oliveira e Tatiana Mielczarski – do curso de Artes Cênicas – Habilitação
O roteiro de autoria do próprio grupo teve influências de textos dos dramaturgos norte-americanos Nicky Silver e Tennessee Williams e do brasileiro Martins Pena, além de estudos das obras dos artistas plásticos Francis Bacon e Elke Krystufek e de filmes estrelados por Katharine Hepburn. O cenário asséptico ressalta o humor negro das relações familiares e o desenho de luz de Carina Sehn esfria o ambiente destacando as personagens, as quais nos levam a pensar que podem ser vizinhos que moram ao lado, mas que se olharmos bem, podem ser um de nós.
A direção de Daniel Colin é um primor. Não nos poupa, não nos dá tempo para fingir e fugir do que nos está sendo mostrado, não nos deixa respirar ou evadir-se. Além de dirigir, Daniel está em cena, juntamente com um elenco de uma unidade admirável: Maico Silveira, Andressa de Oliveira e Tatiana Mielczarski, o que faz de sua direção um sinal de que uma nova geração de diretores de pulso firme está surgindo.
A dinâmica do espetáculo se constrói em três atos, precisos e velozes, ora se utilizando da linguagem cinematográfica, ora se utilizando de uma estética expressionista, que nos remetem ao filme O Gabinete do Dr Calligari e outros da década de 50. Outras referências cinematográficas estão presentes na criação das personagens, que oscilam entre facetas ingênuas e aberrações. A crescente realização dos atos se acentua à medida que o espetáculo transcorre para nos devorar, pedaço após pedaço, no final. Não aplaudi de pé, pois fiquei petrificado com o que eu acabara de assistir, fiquei impactado, imóvel...eu não sabia o que fazer e pensei comigo: Puxa! Que bom que ainda há gente que gosta de fazer teatro de qualidade e, melhor ainda, aqui mesmo,
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